Amante de médico acusado de matar esposa envenenada pede autorização à SAP para visitá-lo na cadeia
11/09/2025
(Foto: Reprodução) Amante de médico acusado de matar esposa pede à SAP para visitá-lo na cadeia
A amante do médico Luiz Antonio Garnica, acusado de matar a esposa, Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP), solicitou autorização da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para visitá-lo na prisão. O pedido foi feito por meio de uma declaração de união estável.
Segundo o advogado Henrique Berge, que representa Letícia Camilo Laurindo, o documento é direcionado exclusivamente ao sistema penitenciário.
“Essa declaração é da própria SAP, diretamente da secretaria, que serve justamente para liberar as visitas. Ela não tem o valor de união estável feita em cartório. Ela tem efeito ali para questão de visitação”, explica Berge.
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Até o momento, Letícia está impedida de visitar o médico por causas das regras do estado. Apenas pessoas da família, o que inclui parceiros em uniões reconhecidas por lei, podem ter acesso ao preso.
“A declaração da SAP de união estável, nesse caso da Letícia, é uma questão mais de regularização para poder visitar o Luiz na penitenciária”, afirma Berge.
Amante do médico Luiz Antonio Garnica após prestar depoimento à polícia em Ribeirão Preto, SP
Aurélio Sal/EPTV
De acordo com o advogado, o casal mantinha uma relação há um ano e meio, o que torna natural o interesse dela em visitar o companheiro. A declaração de união estável será avaliada pela SAP com outros documentos.
“Dentro de um prazo da própria SAP, ela dá um positivo ou negativo para a autorização dessa visita. A partir do momento que ela recebe a carteirinha de visitação, aí dentro dos horários e dos dias previstos pela penitenciária, é autorizada a visita.”
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O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, ainda não tomou conhecimento do pedido oficialmente. No entanto, ele afirma que a declaração de união estável só reforça a tese do Ministério Público de que o médico queria afastar a esposa para manter o relacionamento com a amante.
“A motivação do crime passa por se remover um obstáculo que a Larissa representava para a união dos dois, o que se confirmou agora com essa união estável. Se existe essa declaração de união estável, se realmente eles estão nesse estágio de convivência, é sinal de que lá atrás tudo era no sentido de remover, retirar a Larissa do caminho.”
O médico Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita de envolvimento na morte da esposa em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Acusação
Garnica está preso na Penitenciária 3 de Serra Azul (SP) pela morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano. O laudo toxicológico apontou que ela foi envenenada com chumbinho.
A Promotoria defende que Garnica planejou a morte da esposa e que a mãe dele, Elizabete Arrabaça, executou o crime.
Mãe e filho são acusados de feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora.
Garnica ainda responde por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público, no início de março, Larissa descobriu que o marido mantinha uma relação extraconjugal. O inquérito concluiu que a professora começou a ser envenenada pela sogra a mando do filho para evitar uma partilha de bens na separação.
Tanto Garnica como Elizabete estavam endividados e tinham interesse em manter o patrimônio nas mãos do médico.
Na véspera de ser morta, Larissa chegou a mandar uma mensagem para o marido avisando-o de que iria procurar um advogado para tratar do divórcio.
Segundo a defesa, os dados de geolocalização do celular de Garnica e os depoimentos dele e da amante apontam que eles passaram a noite juntos. Na manhã seguinte, Garnica foi para o apartamento em que vivia com Larissa e a encontrou morta.
Letícia é uma das 24 testemunhas convocadas para as audiências de instrução do caso. O depoimento dela está marcado para o dia 10 de outubro no Fórum de Ribeirão Preto. Após a conclusão dos interrogatórios, o juiz decidirá se Garnica e a mãe serão ou não levados a júri popular.
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